segunda-feira, 9 de maio de 2022

ATIVIDADE SOBRE PRECONCEITO

Vamos refletir sobre as diversidades presentes no nosso cotidiano e a importância de respeitá-las. 

  • Objetivos: Compreender e valorizar os fundamentos da cidadania e da democracia, favorecendo uma atuação consciente do indivíduo na sociedade, livre de preconceitos.

  • Conteúdos: Violência Urbana, Preconceito Racial, Produção social do diferente.

  • Atividades: Reflexão sobre as diversidades a partir de relatos abordados em vídeos; Produção de relato de experiência de vivências na escola e/ou na comunidade; Leitura e compreensão de texto.


Material de estudo


Olá! Tudo bem? Para início de conversa, pense nas pessoas que convivem com você: seus familiares, amigos, vizinhos, colegas de trabalho, entre outros. Todos se parecem com você? Eles agem do mesmo modo? Eles gostam das mesmas coisas? 

Perceba que cada ser humano é único, cada um possui suas histórias, personalidades, modos de pensar e de viver. Contudo, mesmo diante de tantas diferenças, ainda hoje persistem ações e visões desrespeitosas, discriminatórias e preconceituosas. 

Assista ao vídeo a seguir e reflita sobre os relatos de quem já sofreu por ser diferente.



Vídeo 1 - Vamos enfrentar o preconceito na escola?


Canal: NOVA ESCOLA. Link: https://www.youtube.com/watch?v=untNXveptVA


ATIVIDADE 1 - Levando em consideração os relatos abordados no vídeo e com base nas suas próprias vivências, responda:

  1. Por que a diferença entre as pessoas não pode ser vista como um problema, mas como uma dádiva que faz parte da humanidade?


  1. Por que as diferenças entre as pessoas devem ser valorizadas e potencializadas na sociedade?


  1. Como valorizar as diferenças entre as pessoas no ambiente escolar?


CHAVE DE CORREÇÃO – GABARITO: 


  1. Porque todos os seres humanos têm o direito de ser como são, isto é, todos devem ser respeitados pela sua história, experiência, religião, cor, idade, característica, entre outras questões que nos constitui diferente um do outro. 


  1. Uma sociedade igual e justa reconhece e valoriza as diferenças e se distancia das discriminações e dos preconceitos. 

 

  1. Essa resposta é pessoal. Professor/a, aproveite para construir ações que desenvolvam o respeito à diversidade no ambiente escolar com seus estudantes.



Material de estudo


Mesmo que tanta coisa tenha evoluído e mudado no mundo, uma das ações que ainda não desapareceu por completo foi o preconceito. Assista ao vídeo a seguir e reflita sobre o preconceito no mercado de trabalho


Vídeo 2 - Negros no mercado de trabalho: Avanços e barreiras


Canal: TRT5 - BAHIA. Link: https://www.youtube.com/watch?v=ZFQR39L_414&t=4s


ATIVIDADE 2 – O vídeo nos faz compreender que a luta contra o preconceito racial é uma lamentável e vergonhosa herança da história de nosso país. Não há dúvida que precisamos construir ações realmente efetivas e corajosas compromissadas com a construção de uma sociedade mais fraterna, plural e sem preconceitos. Depois que você assistir o vídeo sugerido, faça um relato de experiência, respondendo a seguinte questão: Você já sofreu preconceito ou sabe de alguém que tenha sofrido?


CHAVE DE CORREÇÃO – GABARITO: 


Professor/a essa resposta é pessoal. Nesta atividade, o estudante poderá expor com detalhes e de modo contextualizado se já vivenciou (ou não) preconceito, quais foram os desafios e se já superou (ou não) alguma dificuldade. Instrua os estudantes na construção do texto e os motive a refletir sobre o preconceito na sociedade, sobretudo, no mercado de trabalho.

Como complemento e orientação da atividade pedagógica, sugerimos para o professor a leitura deste artigo: FLORES, Josiane Martins et al. Discutindo preconceito: relato de experiência com alunos do sexto ano. Revista Ciência em Extensão, v. 12, n. 4, p. 197-205, 2016. Disponível em https://ojs.unesp.br/index.php/revista_proex/article/view/1458. Acesso em: mar.2022.

Material de estudo


É um consenso social sobre o quanto é perigoso viver nas grandes cidades. A violência urbana tem crescido bastante nos últimos anos. Já é comum notícias de jornais relatando assassinatos, assaltos, entre outras violências. Contudo, diante dessas notícias (ou até mesmo vivências), temos o direto de julgar as pessoas, sem que as conheçamos bem? Até que ponto nosso comportamento neurótico preocupado com a violência também não é uma violência? 


Vamos refletir sobre essas questões a seguir. Para tanto, leia a crônica “O assalto” de Luis Fernando Veríssimo e participe das atividades.  




O ASSALTO

Quando a empregada entrou no elevador, o garoto entrou atrás. Devia ter uns dezesseis, dezessete anos. Desceram no mesmo andar. A empregada com o coração batendo. O corredor estava escuro e a empregada sentiu que o garoto a seguia. Botou a chave na fechadura da porta de serviço, já em pânico. Com a porta aberta, virou-se de repente e gritou para o garoto:
- Não me bate!
- Senhora?
- Faça o que quiser, mas não me bate!
- Não, senhora, eu…

A dona da casa veio ver o que estava havendo. Viu o garoto na porta e o rosto apavorado da empregada e recuou, até pressionar as costas contra a geladeira.
- Você está armado?
- Eu? Não.
A empregada, que ainda não largara o pacote de compras, aconselhou a patroa, sem tirar os olhos do garoto:
- É melhor não fazer nada, madame. O melhor é não gritar.
- Eu não vou fazer nada, juro! disse a patroa, quase aos prantos. – Você pode entrar. Pode fazer o que quiser. Não precisa usar de violência.
O garoto olhou de uma mulher para outra. Apalermado. Perguntou:
- Aqui é o 712?
- O que você quiser. Entre. Ninguém vai reagir.
O garoto hesitou, depois deu um passo para dentro da cozinha. A empregada e a patroa recuaram ainda mais. A patroa esgueirou-se pela parede até chegar à porta que dava para a sala de almoço.
Disse:
- Eu não tenho dinheiro. Mas o meu marido deve ter. Ele está em casa. Vou chamá-lo. Ele lhe dará tudo.
O garoto também estava com os olhos arregalados. Perguntou de novo:
- Este é o 712? Me disseram para pegar umas garrafas no 712.
A mulher chamou, com voz trêmula:
- Henrique!
O marido apareceu na porta do gabinete. Viu o rosto da mulher, o rosto da empregada e o garoto e entendeu tudo. Chegou a hora, pensou. Sempre me indaguei como me comportaria no caso de um assalto. Chegou a hora de tirar a prova.

- O que você quer? – perguntou, dando-se conta em seguida do ridículo da pergunta. Mas sua voz estava firme.
- Eu disse que você tinha dinheiro – falou a mulher.
- Faço um trato com você – disse o marido para o garoto – dou tudo de valor que tenho na casa, contanto que você não toque em ninguém.
E se as crianças chegarem de repente? pensou a mulher. Meu Deus, o que esse bandido vai fazer com as minhas crianças? O garoto gaguejou:
- Eu… eu… é aqui que tem umas garrafas para pegar?
- Tenho um pouco de dinheiro. Minha mulher tem joias. Não temos cofres em casa, acredite em mim. Não temos muita coisa. Você quer o carro? Eu dou a chave.
Errei, pensou o marido. Se sair com o carro, ele vai querer ter certeza de que ninguém chamará a polícia. Vai levar um de nós com ele. Ou vai nos deixar todos amarrados. Ou coisa pior…
- Vou pegar o dinheiro, está bem? disse o marido.
O garoto só piscava.
- Não tenho arma em casa. É isso que você está pensando? Você pode vir comigo.
O garoto olhou para a dona da casa e para a empregada.
- Você está pensando que elas vão aproveitar para fugir, é isso? – continuou o marido. – Elas podem vir junto conosco. Ninguém vai fazer nada. Só não queremos violência. Vamos todos para o gabinete.
A patroa, a empregada e o Henrique entraram no gabinete. Depois de alguns segundos, o garoto foi atrás. Enquanto abria a gaveta chaveada da sua mesa, o marido falava:
- Não é para agradar, mas eu compreendo você. Você é uma vítima do sistema. Deve estar pensando, ” Esse burguês cheio da nota está querendo me conversar”, mas não é isso não. Sempre me senti culpado por viver bem no meio de tanta miséria. Pode perguntar para minha mulher. Eu não vivo dizendo que o crime é um problema social? Vivo dizendo. Tome. É todo o dinheiro que tenho em casa. Não somos ricos. Somos, com alguma boa vontade, da média alta. Você tem razão. Qualquer dia também começamos a assaltar para poder comer. Tem que mudar o sistema. Tome.
O garoto pegou o dinheiro, meio sem jeito.

- Olhe, eu só vim pegar as garrafas…

 



- Sônia, busque suas joias. Ou melhor, vamos todos buscar as jóias.
Os quatros foram para a suíte do casal. O garoto atrás. No caminho, ele sussurrou para a empregada:
- Aqui é o 712?
- Por favor, não! – disse a empregada, encolhendo-se.
Deram todas as joias para o garoto, que estava cada vez mais embaraçado. O marido falou:
- Não precisa nos trancar no banheiro. Olhe o que eu vou fazer.
Arrancou o fio do telefone da parede.
- Você pode trancar o apartamento por fora e deixar as chaves lá embaixo. Terá tempo de fugir. Não faremos nada. Só não queremos violência.
- Aqui não é o 712? Me disseram para pegar umas garrafas.
- Nós não temos mais nada, confie em mim. Também somos vítimas do sistema. Estamos do seu lado. Por favor, vá embora.
A empregada espalhou a notícia do assalto por todo o prédio. Madame teve uma crise nervosa que durou dias. O marido comentou que não dava mais para viver nesta cidade. Mas achava que tinha se saído bem. Não entrara em pânico. Ganhara um pouco da simpatia do bandido. Protegera o seu lar da violência. E não revelara a existência do cofre com o grosso do dinheiro, inclusive dólares e marcos, atrás do quadro da odalisca.


Fonte: Luis Fernando Veríssimo. Festa de criança. São Paulo: Ática, 2000, p.59. Imagem de Jefferson Galdino


ATIVIDADE 3 – INTERPRETAÇÃO: Após a leitura da crônica “O assalto” de Luis Fernando Veríssimo, marque a questão CORRETA sobre a compreensão do texto:

a) A crônica faz uma crítica às desigualdades sociais como um dos fatores que não agrava os quadros de violência nas grandes cidades.

b) Na crônica, o humor e a crítica se sustentam pelo mal-entendido, fundamentado pelo preconceito racial e violência urbana, por parte dos personagens que deram o assalto como certo.

c) Na crônica, não houve mal-entendido algum entre os personagens, o garoto aceitou o dinheiro que lhe deram e, portanto, o assalto foi real.

d) A crônica crítica a violência no Brasil como uma questão de saúde pública e dentre suas consequências é a perda de liberdades de ir e vir.


CHAVE DE CORREÇÃO – GABARITO: 


LETRA B – A crônica critica principalmente o preconceito racial e a violência urbana, refletida no comportamento humano, representado pela reação neurótica e preconceituosa da empregada, da patroa e do marido. Houve um mal-entendido por parte dos personagens, que acreditavam estar vivenciando um assalto. Esse mal-entendido é sustentado principalmente pelo preconceito. O garoto aceitou o dinheiro oferecido pelo marido, não tendo a intenção de assaltar, mas sim porque estava sendo pressionado e parecia não entender muito bem o que estava acontecendo.


Professor/a, você pode propor outras questões de interpretação que possam enriquecer o debate sobre as desigualdades no Brasil.  



ATIVIDADE 4 - FÓRUM DE DISCUSSÃO: Com base na crônica “O assalto” de Luis Fernando Veríssimo, participe do Fórum de Discussão, expressando sua opinião sobre as seguintes questões:

  1. O que mais chamou sua atenção nesta crônica?

  2. Havia motivos para a empregada, a patroa e o marido acreditarem que estavam vivenciando um assalto?

  3. Por que as pessoas não ouviram o que o garoto tinha a dizer?

  4. Se o garoto não fosse negro, a história poderia ser diferente?


CHAVE DE CORREÇÃO – GABARITO: 


Professor/a, o Fórum de Discussão é um espaço disponibilizado no Ambiente Virtual de Aprendizagem para a realização de debates e compartilhamento de opiniões e conhecimento. Você, na função de mediador, precisa motivar a participação dos estudantes para debater sobre o tema estruturante desta etapa escolar (Desigualdade e Trabalho). Se necessário, amplie esse debate, compartilhando com os alunos outros textos e informações. Você pode ainda construir outras perguntas norteadoras que provoquem os estudantes a pensar sobre o preconceito racial e a violência urbana e suas relações com as desigualdades. 


É importante ressaltar que as desigualdades são problemas sociais complexos. Muitas vezes praticamos preconceitos, discriminações e julgamos pessoas, mesmo que inconscientemente, pelo simples fato dela ser diferente de nós. A diferença precisa ser valorizada e não odiada. 


MATERIAL DE ESTUDO


A crônica “O assalto” de Luis Fernando Veríssimo nos faz um alerta sobre a nossa forma de pensar e agir em nosso dia a dia, diante das diferenças, das diversidades. O preconceito, o racismo e a discriminação são problemas sociais que pode atingir a todos nós. A seguir, vamos esclarecer um pouco sobre cada um desses conceitos.

  • PRECONCEITO: Preconceito é uma opinião que formamos das pessoas antes de conhecê-las. É um julgamento apressado e superficial e muito perigoso, pois ao invés de melhorar a nossa vida e da sociedade, acaba trazendo muitas situações complicadas e até mesmo violentas.


  • RACISMO: As pessoas que não conseguem deixar de ser preconceituosas podem vir a se tornar racistas. Um racista acredita que existe raças superiores às outras, o que é grande tolice, pois na espécie humana, não podemos dizer que existam raças; a cor da pele, a forma do nariz, o tipo do cabelo, o tipo do sangue, o formato e cor dos olhos, a espessura dos lábios, não são suficientes para estabelecer diferentes tipos de raças entre os seres humanos, que biologicamente são iguais em quase tudo, restando pequenas diferenças externas pouco importantes e que não servem para fazer com que uns sejam superiores ou inferiores aos outros e vice versa.


  • DISCRIMINAÇÃO: A pessoa que faz isso, geralmente, quer valorizar a si próprio e diminuir os demais mesmo “de brincadeira”. É insegura porque não tem capacidade de conviver com os outros e aceitar as diferenças naturais entre os seres humanos. Os preconceituosos e racistas têm dificuldades em aceitar e conviver com a diferença e às vezes, suas atitudes chegam ao delírio e como são medrosos e inseguros, projetam sobre os outros que são inferiores a eles e que não podem ter os mesmos direitos – quando os racistas e preconceituosos agem dessa maneira estão tratando os que eles julgam como inferiores a ele de maneira discriminatória. Discriminação é, portanto, tratar os outros com inferioridade, se julgando superior. 


Fonte: Texto escrito por Flávia Cunha e publicado no sítio eletrônico GELEDÉS. Disponível em: https://www.geledes.org.br/preconceito-racismo-e-discriminacao-contexto-escolar/. Acesso em mar.2022


ATIVIDADE 5 - REDAÇÃO: a partir do esclarecimento desses três conceitos, escreva em seu caderno um texto sobre alguma experiência vivida ou testemunhada por você no ambiente escolar que envolva preconceito, racismo ou discriminação.


CHAVE DE CORREÇÃO – GABARITO: 


Professor/a essa resposta é pessoal, leve em consideração a multiplicidade de respostas que poderão vir em função da formação escolar, princípios, experiências familiares, entre outros fatores sociais e históricos que constituem cada um dos estudantes. 


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